Sebastião Salgado (1944) é um fotógrafo brasileiro considerado um dos maiores talentos da fotografia mundial pelo teor social em seu trabalho.
Na introdução de seu livro Êxodos, escreveu:
"Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…". Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.
Programa Roda Viva
Programa do JÔ
Fotografias de Sebastião Salgado
Congo pelas fotógrafas Carol Bechwith e Angela Fisher
Entre os vestígios remanescentes das grandes
civilizações da antiguidade, foram encontrados testemunhos escritos em
registros pictóricos e escultóricos de instrumentos musicais e de danças
acompanhadas por música. A cultura sumeriana, que floresceu na bacia
mesopotâmica vários milênios antes da era cristã, incluía hinos e cantos
salmodiados em seus ritos litúrgicos, cuja influência é perceptível nas
sociedades babilônica, caldéia e judaica que se assentaram posteriormente nas
áreas geográficas circundantes. O antigo Egito, cuja origem agrícola se
evidenciava em solenes cerimônias religiosas que incorporavam o uso de harpas e
diversas classes de flautas, alcançou também alto grau de expressividade
musical.
Na Ásia — onde a influência de filosofias e
correntes religiosas como o budismo, o xintoísmo, o islamismo etc. foi
determinante em todos os aspectos da cultura — os principais focos de
propagação musical foram as civilizações chinesa, do terceiro milênio antes da
era cristã, e indiana.
O Ocidente europeu possuía uma tradição
pré-histórica própria. É bem conhecido o papel preponderante assumido pelos
druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das sociedades celtas
pré-romanas.
A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na
Europa através da cultura grega, cuja elaborada teoria musical constituiu o
ponto de partida da identidade da música ocidental, bastante diversa da do
Extremo Oriente.
A música americana pré-colombiana possui acentuado
parentesco com a chinesa e a japonesa em suas formas e escalas, o que se
explica pelas migrações de tribos asiáticas e esquimós através do estreito de
Bering, em tempos remotos. Finalmente, a cultura musical africana não-árabe
peculiariza-se por complexos padrões rítmicos, embora não apresente
desenvolvimento equivalente na melodia e na harmonia.
Ao redor 500 D.C. a civilização ocidental começou a
emergir do período conhecido como ” A Idade Escura, ” . Durante os próximos 10
séculos, a Igreja católica recentemente emergida dominaria a Europa, enquanto
administrando justiça, instigando ” as Cruzadas Santas ” contra o Leste,
estabelecendo Universidades, e geralmente ditando o destino da música, arte e
literatura. Dessa forma classificou a música conhecida como canto gregoriano
que era a música aprovada pela Igreja. Muito posterior, a Universidade de Notre
em Paris viu a criação de um tipo novo de música chamada organum. Foi cantada a
música secular por toda parte na Europa pelos trovadores e trouvères de França.
E foi durante a Idade Media que a cultura ocidental viu a chegada do primeiro
grande nome em música, o de Guillaume Machaut.
Diante do exposto, podemos dividir a história da
música em períodos distintos, cada qual identificado por um estilo. É claro que
um estilo musical não se faz da noite para o dia. É um processo lento e
gradual, sempre com os estilos sobrepondo-se uns aos outros. Mas, para efeito
de classificação, costuma-se dividir a História da Música do Ocidente em seis
grandes períodos:
Música Medieval – até cerca de 1450
Música Renascentista – 1451-1600
Música Barroca – 1601-1750
Música Clássica – 1751-1810
Música Romântica – 1811-1900
Música Moderna – 1901 em diante
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Música Medieval
Durante muito tempo, a música foi cultivada por
transmissão oral, até que se inventou um sistema de escrita. Por volta do
século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido
d’Arezzo (995 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é
usado até hoje no canto gregoriano.
A utilização do sistema silábico de dar nome às
notas deve-se também ao monge Guido d’Arezzo e encontra-se num hino ao
padroeiro dos músicos, São João Batista:
Ut queant laxit (Com o passar do tempo o Ut foi substituido pelo
Dó)
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
O tipo de música mais antigo que conhecemos
consiste em uma única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este
estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo
acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras composições
em estilo coral.
Além do Cantochão, cantado nas igrejas,
produziam-se na Idade Média muitas danças e canções. Durante os séculos XII e
XIII houve intensa produção de obras em forma de canção, composta pelos
Trovadores, poetas e músicos do sul da França.
As danças eram muito populares em festas e feiras e
podiam ser tocadas por dois instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os
instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela (antepassado da
família do violino), o alaúde, flautas doces de vários tamanhos, gaitas de
foles, o trompete reto medieval, instrumentos de percussão (triângulos, sinos,
tambores, etc.).
Principais Compositores Medievais
Leonin – século XII
Perotin – século XII
Guido d’Arezzo (995 – 1050)
Philippe de Vitry (1290 – 1361)
Guillaume de Machaut (1300 – 1377)
John Dunstable (1385 – 1453)
Música Renascentista
O período da Renascença se caracterizou, na História
da Europa Ocidental, sobretudo pelo enorme interesse ao saber e à cultura,
particularmente a muitas idéias dos antigos gregos e romanos.
Foi também uma época de grandes descobertas e
explorações, em que Vasco da Gama, Colombo, Cabral e outros exploradores
estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis avanços se processavam na
Ciência e Astronomia.
Os compositores passaram a ter um interesse muito
mais vivo pela música profana (música não religiosa), inclusive em escrever
peças para instrumentos, já não usados somente para acompanhar vozes. No
entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos para a
igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoral e cantados sem
acompanhamento de instrumentos.
A música renascentista é de estilo polifônico, ou
seja, possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.
Música
Na Basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois
grandes órgãos e duas galerias para coro, situadas em ambos os lados do
edifício. Isso deu aos compositores a idéia de compor peças para mais de um
coro, chamadas policorais. Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida pelo
coro da direita e vice versa. Algumas das peças mais impressionantes são as de
Giovani Gabrielli (1555 – 1612), que escreveu corais para dois, três ou até
mais grupos.
Os Motetos eram peças escritas para no mínimo
quatro vozes, cantados geralmente nas igrejas. Os Madrigais eram canções
populares escritas para várias vozes e que se caracterizam-se por não ter
refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do século XVI, passaram a ser cantados
nos lares de todas as famílias apaixonadas por música.
Música Instrumental
Até o começo do século XVI, os compositores
usavam os instrumentos apenas para acompanhar o canto. Contudo, durante o
século XVI, os compositores passaram a ter cada vez mais interesse em escrever
música somente para instrumentos.
Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e
violas, havia também um instrumento de teclado, que podia ser um pequeno órgão,
virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores ingleses escreveu peças
para o virginal. No Renascimento surgiram os primeiros álbuns de música, só
para instrumentos de teclados.
Muitos instrumentos, como as charamelas, as
flautas e alguns tipos de cornetos medievais e cromornes continuavam populares.
Outros, como o alaúde, passaram por aperfeiçoamentos.
Principais Compositores Renascentistas
William Byrd (1542 – 1623)
Josquin des Préz (1440 – 1521)
G. P. Palestrina (1525 – 1594)
Giovanni Gabrieli (1555 – 1612)
Cláudio Monteverdi (1567 – 1643)
Música Barroca
A palavra Barroco é provavelmente de origem
portuguesa, significando pérola ou jóia no formato irregular. De início era
usada para designar o estilo de arquitetura e da arte do século XVII,
caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser
empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do
aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach.
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos
enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais
e sonoridades fortes com suaves.
Música Vocal
Orfeu, do compositor Montiverdi
(1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça
teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de
Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive
com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.
Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais
popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de
óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau (1683-1764).
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é
outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera
com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de
ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são
os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel
no Egito, Sansão e o famoso Messias.
As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram
apresentados nas missas.
Música Instrumental
Durante o período barroco, a música instrumental
passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar
forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto
formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século
XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos,
fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos
passaram a ser o centro da orquestra, ao qual os compositores acrescentavam
outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas,
porém, era a presença do cravo ou órgão como contínuo, fazendo o baixo e
preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga,
a sonata, a suíte e o concerto.
Principais Compositores Barrocos
Alessandro Scarlatti (1660 – 1755)
Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Arcangelo Corelli (1653 – 1713)
Domenico Scarlatti (1685 – 1757)
Henry Purcell (1659 – 1695)
George F. Haendel (1685 – 1759)
George Philipp Telemann (1681 – 1767)
Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
José Antônio Carlos Seixas (1704 – 1742)
Música Clássica
O termo ‘Clássico’, em música, é empregado em
dois sentidos diferentes. As pessoas, as vezes, usam a expressão ‘música
clássica’ considerando toda a música dividida em duas grandes partes:
‘clássica’ e ‘popular’.
Para o musicólogo, entretanto, ‘Música Clássica’
tem sentido especial e preciso: é a música composta entre 1750 e 1810, que
inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as composições iniciais de
Beethoven.
A serviço da alta nobreza, o músico não passava
de um criado que, depois de fornecer música para fundo de jantares e conversas,
ia jantar na cozinha com os demais empregados da casa. Para agradar seus
patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra respeitava e
refletia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem vinda se
representasse a quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e
cumpriu suas obrigações. Mozart não aceitou estes limites e pagou um preço alto
pela obstinação em se manter fiel à seus princípios. As cortes o relegaram ao
esquecimento e o deixaram morrer como um mendigo. Beethoven foi o primeiro a
decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser respeitado como
artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico.
Música Instrumental
A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e
tende a ser mais leve, menos complicada que a barroca. Os compositores procuram
realçar a beleza e a graça das melodias. A Orquestra está em desenvolvimento.
Os compositores deixaram de usar o cravo e acrescentaram mais instrumentos de
sopro.
Durante o Período Clássico, a música instrumental
passou a ter maior importância que a vocal. Nesta época criou-se a Sonata. É
uma obra com vários movimentos para um ou mais instrumentos.
A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para
orquestra. Seu número de movimentos passam a ser quatro: rápido – lento –
Minueto – muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os maiores compositores
de sinfonias do Classicismo.
O Concerto consiste em uma composição para um
instrumento solista contra a massa orquestral. Tem três movimentos: rápido –
lento – rápido.
Muitas obras foram escritas para o pianoforte, em
geral chamado piano para abreviar. Bartolomeu Cristfori, construtor de cravos
italiano, por volta de 1700 já havia concluído a fabricação de pelo menos um
destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas por bicos de
penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser
variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano
grande poder de expressão e abriria uma série de possibilidades novas.
No começo o piano custou para se tornar popular
porque os primeiros modelos eram muito precários. Mas, no final do século XVIII
o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo piano.
Principais Compositores Clássicos
Carl Phillip E. Bach (1714 – 1788)
Christoph W. R. Gluck (1714 – 1787)
Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Ludwig Van Beethoven (1770 – 1827)
Joaquim A. de Mesquita (1746 – 1805)
Padre José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830)
Antonio Soler Ramos (1729 – 1783)
Muzio Clemente (1729 – 1783)
Música Romântica
Os compositores clássicos tinham por objetivo
atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade. Os românticos
vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de forma, a expressão
mais intensa e vigorosa das emoções, freqüentemente revelando seus pensamentos
mais profundos, inclusive suas dores. Muitos compositores românticos eram
ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se
estreitamente com escritores e pintores. Não raro uma composição romântica
tinha como fonte de inspiração um quadro visto ou um livro lido pelo
compositor.
Dentre as muitas idéias que exerceram enorme
fascínio sobre os compositores românticos temos: terras exóticas e o passado
distante, os sonhos, a noite e o luar, os rios, os lagos e as florestas, as
tristezas do amor, lendas e contos de fadas, mistério, a magia e o
sobrenatural. As melodias tornam-se apaixonadas, semelhantes à canção. As
harmonias tornam-se mais ricas, com maior emprego de dissonâncias.
Durante o Romantismo houve um rico florescimento
da canção, principalmente do Lied (‘canção’ em alemão) para piano e canto. O
primeiro grande compositor de Lieder (plural de Lied) foi Schubert.
As óperas mais famosas hoje em dia são as
românticas. Os grandes compositores de óperas do Romantismo foram os italianos
Verdi e Rossini e na Alemanha, Wagner. No Brasil, destaca-se Antônio Carlos
Gomes com suas óperas O Guarani, Fosca, O Escravo, etc.
A orquestra cresceu não só em tamanho, mas como
em abrangência. A seção dos metais ganhou maior importância. Na seção das
madeiras adicionou-se o flautim, o clarone, o corne inglês e o contrafagote. Os
instrumentos de percussão ficaram mais variados.
O Concerto romântico usava grandes orquestras; e
os compositores, agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses,
tornavam a parte do solo cada vez mais difíceis.
Até a metade do século XIX, toda a música fora
dominada pelas influências alemãs. Foi quando compositores de outros países,
principalmente os russos, passaram a ter a necessidade de criar a sua música.
Inspiravam-se nas músicas folclóricas e lendas de seus países. É o chamado
Nacionalismo Musical.
No século XIX o piano passou por diversos
melhoramentos. Quase todos os compositores românticos escreveram para o piano,
mas os mais importantes foram: Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e
Brahms. Embora em meio às obras destes compositores se encontrem sonatas, a
preferência era para peças curtas e de forma mais livre.
Havia uma grande variedade, entre elas as danças
como as valsas, as polonaises e as mazurcas , peças breves como o romance, a canção
sem palavras, o prelúdio, o noturno, a balada e o improviso.
Outro tipo de composição foi o Étude (Estudo),
cujo objetivo era o aprimoramento técnico do instrumentista. Com efeito,
durante esta época houve um grande avanço nesse sentido, favorecendo a figura
do Virtuose : músico de concerto, dotado de uma extraordinária técnica.
Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram admirados por
platéias assombradas.
Principais Compositores Românticos
Gustav Mahler (1860 – 1911)
Moritz Moszkowki (1854 – 1925)
Giuseppe Verdi (1813 – 1901)
Sergei V. Rachmaninov (1873 – 1943)
Louis Hector Berlioz (1803 – 1869)
Franz Schubert (1797 – 1828)
Felix Mendelssohn (1809 – 1847)
Fréderic Chopin (1810 – 1849)
Robert Schumann 1810 – 1856)
Franz Liszt (1811 – 1886)
Richard Wagner (1813 – 1883)
Johannes Brahms (1838 – 1897)
Pietr I. Tchaikovsky 1840 – 1893)
Música Moderna
A história da música no século XX constitui uma
série de tentativas e experiências que levaram a uma série de novas tendências,
técnicas e, em certos casos, também a criação de novos sons, tudo contribuindo
para que seja um dos períodos mais empolgantes da história da música.
Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser
identificada por um único e mesmo estilo, comum a todos os compositores da
época, no século XX ela se mostra como uma mistura complexa de muitas
tendências. A maioria das tendências compartilham uma coisa em comum: uma
reação contra o estilo romântico do século XIX. Tal fato fez com que certos
críticos descrevessem a música do século XX com “anti-romântica”. Dentre as
tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX
encontram-se:
Impressionismo
Nacionalismo
Expressionismo
Música Concreta
Serialismo
Música Eletrônica
Influências do Jazz
Neoclassicismo
Música Aleatória
Atonalidade
etc…
No entanto, se investigarmos melhor estas
composições, encontraremos uma série de características ou marcas de estilo que
permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:
Melodias:
São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das
longas sonoridades românticas. Em algumas peças, a melodia pode ser
inexistente.
Ritmos:
Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos
sincopados; métricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudança
de métrica de um compasso para outro, uso de vários ritmos diferentes ao mesmo
tempo.
Timbres:
A maior preocupação com os timbres leva a inclusão
de sons estranhos, intrigantes e exóticos; fortes contrastes, às vezes até
explosivos; uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados
de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos, provenientes de
aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.
Compositores do Século XX
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Cláudio Santoro (1919 – 1989)
Sergei Prokofiev (1891 – 1953)
Marlos Nobre de Almeida (1939 – )
Francisco Mignone (1897 – 1986)
Edino Krieger (1928 – )
Cézar Guerra Peixe (1914 – 1993)
Radamés Gnatalli (1906 – 1988)
Alberto Evaristo Ginastera (1919 – 1983)
Oscar Lorenzo Fernandez (1897 – 1948)
Claude Debussy (1862 – 1918)
Arnold Schoenberg (1874 – 1951)
Maurice Ravel (1875 – 1937)
Béla Bartók (1881 – 1945)
Alban Berg (1885 – 1945)
Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)
A música nasceu com a natureza, ao considerarmos que seus elementos formais,
som e ritmo, fazem parte do universo e, particularmente da estrutura humana. O
homem pré-histórico descobriu os sons que o cercavam no ambiente e aprendeu a
distinguir os timbres característicos da canção das ondas se quebrando na
praia, da tempestade se aproximando e das vozes dos vários animais selvagens. E
encantou-se com se próprio instrumento musical - a voz. Mas a música
pré-histórica não se configurou como arte: teria sido uma expansão impulsiva e
instintiva do movimento sonoro ou apenas um expressivo meio de comunicação,
sempre ligada às palavras, aos ritos e a dança.
Música nas Antigas Civilizações
A música primitiva era baseada
em imitações dos sons de animais e do mundo físico com o intuito de tentar a
comunicação com o mundo espiritual. Com o desenvolvimento de harmonias e
instrumentos elaborados, a música entrou em processo de sacralização e se
tornou uma referência fundamental para o conhecimento do universo. Como representante
da ordem cósmica, a música foi inclusive associada ao simbolismo dos planetas e
dos números, como a teoria de Pitágoras sobre a ‘ harmonia das esferas', com um
extenso estudo sobre a consonância das notas produzidas pelos astros em seus
movimentos regulares.
O mistério continuou a envolver a música da Antiguidade, pela ausência do
próprio elemento sonoro, que se desfez no tempo e, ainda, pela inexistência de
uma notação musical clara e documentação suficiente. No entanto, sabemos que
nas antigas civilizações já havia o cultivo da música como arte em si mesma,
embora ligada à religião e à política. Fazendo estudos nos instrumentos
encontrados dessa época notou-se o aperfeiçoamento na construção dos
instrumentos, com valorização do timbre.
Mesopotâmia
Desde início do terceiro milênio antes de Cristo, no Império Agrícola da
Mesopotâmia, situado na região entre os rios Tigre e Eufrates, viviam
respectivamente sumérios, assírios e babilônios. Nas ruínas das cidades desses
povos, foram descobertos harpas de 3 a 20 cordas dos sumérios e cítaras de
origem assíria. Na Assíria e na Babilônia, a música tinha importante
significação social e expressiva atuação no culto religioso. Fortaleceu-se tal
conclusão, quando C. Saches decifrou um documento musical de Assur, escrito por
volta de 800 a.C., em símbolos cuneiformes: era um acompanhamento de harpa,
onde se revela uma forma de escrita a duas e três vozes, com base num sistema
pentatônico. O legado da cultura mesopotâmica passou aos Persas. Segundo o
testemunho de Heródoto, o célebre historiador grego, eles chegaram a abolir a
música do culto, sem deixarem de apreciar, no entanto, os conjuntos vocais e
instrumentais, como é possível constatar nos documentos iconográficos.
Egito
A arte egípcia, com características muito próprias, revela inspiração e
finalidade religiosa. A música no Egito era praticada em todos os momentos da
vida social. O povo tinha seus cantos tradicionais, religiosos - principalmente
através de transes místicos para a cura de doenças do corpo físico, do mental,
do emocional e do espiritual -, profanos, guerreiros e de trabalho. Os
instrumentos de corda, harpa e cítara eram artisticamente elaborados. Os
egípcios tinham flautas simples e duplas e instrumento típicos de percussão,
como crótalo e sistros e principalmente os tambores. No século II a.C., na
Alexandria, Ctesíbio inventou o órgão hidráulico, que funcionava, em parte,
mergulhado na água. A escala egípcia era diatônica, com tons e semitons,
conforme se pode deduzir pelas flautas encontradas. A harpa, como instrumento
nacional, foi elaborada nas mais luxuosas e elegantes formas. A arte egípcia,
através de seus instrumento musicais e papiros com diversas anotações, atingiu
outras civilizações antigas, como a Cretense, a Grega e a Romana.
A povo egípcio representa a civilização mais antiga de que se tem conhecimento.
A Música e os músicos gozavam de grande prestígio dentro da comunidade. Tanto
na música religiosa, quanto na de guerra e mesmo na recreativa, os egípcios
davam preferência às expressões elevadas e serenas, dando-lhes destaque no
culto aos deuses, nos banquetes e cerimônias. A Música era praticada em
coletividade, inclusive com a participação feminina.
Tecnicamente, faziam escalas de sete notas e usavam principalmente instrumentos
de corda, como a harpa e o alaúde. Usavam também flautas feitas de osso e com o
passar do tempo, vieram a fabricá-las também em metal. Como instrumentos de
percussão, usavam o os tambores de guerra, címbalos feitos de bronze. Assírios, Babilônios e Caldeus
Por falta de documentação escrita, pouco se sabe sobre a arte musical destes
povos. Contudo, vários dos munumentos encontrados, nos mostram a arte sempre
ligada à magia. Entre os Assírios e os Babilônios, a Música desempenhava
importante papel nas batalhas, animando as tropas e também alegrando os
banquetes e festas, em tempos de paz.
Vários eram os instrumentos usados por esses povos, já divididos entre
instrumentos de sopro, corda e percussão, entre eles: flautas, tímpanos, gongo
e lira.
Árabes
Para os árabes, a Música é indispensável em todas as cerimônias religiosas. O
Alcorão, livro sagrado dos árabes, tem seus versículos cantados, sendo esta uma
tradição mantida até os nossos dias. Este é um dos motivos que este é um dos
povos que mais cultivaram e propagaram a arte musical. Inicialmente, o canto e
a execução dos instrumentos eram confiados aos escravos e às mulheres.
Seu sistema musical era composto de 17 notas e os primeiros modelos de ritmo
foram os passos do camelo e o galope dos cavalos. Um dos mais velhos
instrumentos árabes era a rebeca da poeta e continha apenas uma corda. Servia
para acompanhar as declamações dos poetas da tribo. Usavam ainda a harpa e o
alaúde. Como percussão tinham o adufe, espécie de tambor coberto com pele. O
principal instrumento de sopro era a flauta
Hebreus
Muito do que se sabe a
respeito do povo hebreu, foi transmitido através da Bíblia, onde encontramos
várias referências à Música. Os salmos eram os principais cantos sacros,
atribuídos a David, musicista e chefe do exército. Quando assumiu o trono,
propagou muito a Música entre o povo, principalmente através de grandes
reuniões em praça pública, onde convocava os melhores instrumentistas.
Seus instrumentos tiveram origem nas civilizações árabe e egípcia. Um
instrumento muito usado nos cultos religiosos era o cshofar, um chifre
em forma de espiral. Usavam também trompas, flautas, pandeiros e pratos de
metal. Sua música era muito rica em instrumentos.
Indianos
Muitas civilizações da antiguidade estão extintas, com exceção aos Indianos e
Chineses. Os indianos conservam sua tradições através dos tempos, permitindo um
grande entendimento de sua visão da arte musical. Consideram a Música como
parte formadora do Universo e dos sistema religioso, cultivando-a desde os
primórdios de sua história, atingindo considerável estágio musical.
Usam até hoje uma escala de sete notas com os nomes das sete ninfas que
acompanham a deusa Svaragrama, designadas em caracteres sânscrito. O
principal instrumento indiano, a vina, teria sido dada diretamente pelo deus Brama.
É um instrumento de corda. Usam ainda o magoude, semelhante ao alaúde, o
ravanastrom, que seria a origem do violino, além de címbalos e tambores. Chineses
As primeiras noções de
arte musical na China remontam a cerca de 4000 a.C., quando acreditavam que a
Música tinha origem na natureza. Um do primeiros teóricos musicais era o chinês
Ling-Lum, estabelecendo o sistema de cinco tons conhecido como escala
pentatônica. Mais tarde passou a ter sete notas.
A Música era uma instituição oficial, pois somente imperadores e príncipes
podiam criar músicas. O objetivo era orientar o povo e purificar-lhe o
pensamento. Seus instrumentos principais eram o king, de percussão, e o kin, de
cordas.
Grécia
Encontramos a gênese da arte grega na civilização- cretense, cujos vestígios se
revelaram em ruínas de cidades como Tirinto, Micenas e Cnossos. Ela é a
glorificação da natureza e da vida, expressando um anseio constante pela
perfeição, ritmos e harmonia, o apreço pelos valores espirituais e o culto da
beleza ideal. A música, a poesia e a dança, unidas por um elemento comum - o
ritmo- , eram praticados de modo integrado. Os poemas eram recitados ao som de
acompanhamento musical. A música grega se baseava em oito escalas diatônicas
descendentes- os modos gregos -, cada um com um significado ético e
psicológico. Os instrumentos nacionais eram a cítara e a lira. O instrumento de
sopro mais usado era o aulos, de sonoridade sensual, muito usada nas festas
dedicadas ao Deus Dionísio, mais tarde chamado de Baco, pelos romanos. A teoria
musical grega se fundamentava na ética e na matemática. Pitágoras estabeleceu
proporções numéricas para cada intervalo musical. A notação musical era
alfabética, mas insuficiente: usavam letras em diversas posições para
representar os sons. Os gregos relacionavam intimamente música, psicologia,
moral e educação. No âmbito da ética musical, dentre as posturas mais
interessantes, destacam-se:
- a de Pratinas, rígida e conservadora, extremamente reacionária, condenava o
instrumentalismo.
- a de Pídaro, mais positiva, expressa uma sincera crença no poder da
influência musical no decorrer do processo educativo.
- A de Platão, representante máximo da filosofia musical grega, apoiava-se na
afirmação da essência psicológica da música. Segundo esse filósofo, a música
poderia exercer sobre o homem poder maléfico ou benéfico, por imitar a harmonia
das esferas celestes, da alma e das ações. Daí, a necessidade de se colocar a
música sob a administração e a vigilância do Estado, sempre a serviço da
edificação espiritual humana, voltada para o bem da polis, almejada como cidade
justa.
- A de Aristóteles, que destaca o papel da poesia, da música e do teatro na
purgação das paixões (cartase). Finalizando, para ressaltar a importância da
música na Grécia, basta citar um trecho da A República, de Platão, que
comenta estes versos de Homero, na Odisséia:os homens apreciam mais
os cânticos mais novos. O referido trecho, traduzido, é o seguinte:
"... pois é de temer que a adoção de um novo gênero musical ponha tudo em
perigo. Nunca, com efeito, se a assesta um golpe contra as formas da música,
sem abalar as maiores leis da cidade, como afirma Damon, e eu creio de bom
grado." (PLATÃO. A República, 424b-2, p.203.).
palavra música vem do grego: mousikê, que
significa arte das musas e englobava a poesia, a dança, o canto, a declamação e
a matemática. Apurou-se que sua música era essencialmente cantada, cabendo aos
instrumentos a função de acompanhar. A finalidade continuava religiosa. O
sistema musical apoiava-se numa escala elementar de quatro sons - o tetracorde.
Da união de dois tetracordes formaram-se escalas - chamadas de modos - de oito notas,
cuja riqueza sonora permitia traçar linhas melódicas e tornaram o sistema
musical grego conhecido como modal. A múscia grega, também monódica, com os
instrumentos acompanhando em uníssono deu origem a melodias de fácil
assimilação - os nomoi, que eram acompanhados de cítara e aulo. Os gregos criaram, ainda, um sistema de notação
musical sumário e deixaram muitas de suas letras, que, juntamente com os
escritos teóricos, permitem reconstituir um conjunto de músicas que dá uma
idéia geral do repertório, que deve ter sido muito rico. A notação musical era
alfabética, mas insuficiente: usavam letras em diversas posições para
representar os sons. Os gregos relacionavam intimamente música, psicologia,
moral e educação. No âmbito da ética musical, dentre as posturas mais
interessantes, destacam-se: - a de Pratinas, rígida e conservadora,
extremamente reacionária, condenava o instrumentalismo; - a de Pídaro, mais
positiva, expressa uma sincera crença no poder da influência musical no
decorrer do processo educativo; - a de Platão, representante máximo da
filosofia musical grega, apoiava-se na afirmação da essência psicológica da
música. Segundo ele, a música poderia exercer sobre o homem poder maléfico ou
benéfico, por imitar a harmonia das esferas celestes, da alma e das ações. Daí,
a necessidade de se colocar a música sob a administração e a vigilância do
Estado, sempre a serviço da edificaçãoespiritual
humana, voltada para o bem da polis, almejada como cidade justa; - e,
finalmente, a de Aristóteles, onde se destaca o papel da poesia, da música e do
teatro na purgação das paixões. No período helenístico, a música grega
desviara-se para a busca e o culto da virtuosidade, o que representou uma
decadência do espírito nacional que a orientara na época áurea. Eram
interessantes os diversos instrumentos de sopro utilizados nos exércitos, com
variadas finalidades.
Roma No período helenístico, a música grega desviara-se para a busca e o culto da virtuosidade, o que representou uma decadência do espírito nacional que a orientara na época áurea. Eram interessantes os diversos instrumentos de sopro utilizados nos exércitos, com variadas finalidades. A mais curiosa figura conhecida na arte musical romana, antes da era cristã, foi o Imperador Nero, compositor e poeta, que se acompanhava à lira, tendo até instituído a ''claque'', cujos aplausos interesseiros estimulavam sua inspiração e acalentavam sua vaidade. Os romanos assimilaram a música grega. É em roma que a música se torna prosáica: passa a exaltar a glória militar embora no recesso dos lares continuasse a ser praticada a suave música grega. O aperfeiçoamento dos instrumentos de sopro e percussão tiveram importância decisiva no desenvolvimento ulterior da música européia. Com maior potência sonora, com outro sentido e sem a nobreza inicial conferida pelos gregos, a música desceu às catacumbas, juntamente com os cristãos. Nas catacumbas, os cristãos oravam e exprimiam seus sentimentos de fé, esperança e amor através da música, passando a ser um elemento de elevação espiritual, auxiliar valioso na tarefa de revelar um mundo interior e pessoal. Nos cânticos dos primeiros cristãos estão as sementes da monódia cristã. Sua inspiração eram os salmos, de origem hebraica, que São Pedro havia trazido da Antioquia, no ano de 54. Era um exemplo de perfeição e equilíbrio, exprimindo com requintes as menores graduações dos textos, segundo um ritmo livre e de maravilhoso efeito místico.
A música monódica foi vocal e graças à Igreja Católica ela se desenvolveu. A monódia era só cantada e os instrumentos, considerados diabólicos, eram proibidos. Assim a música acompanha a cristandade e os grandes centros da Igreja - Bizâncio, Roma, Antioquia e Jerusalém - eram os grandes centros da música. Quanto à música monódica, existem dúvidas, pois parece que em Bizâncio, na Síria, e nas sinagogas do Oriente já se praticava a polifonia e até a antífona e o responsório (coros respondendo a solistas). A música litúrgica é organizada em cada região de forma diferente e própria. Caberia ao Papa Gregório I (Gregório Magno), no século VI, unificar os cânticos religiosos, como recurso para padronizar a liturgia em toda a Europa. Reuniu todos os cantos considerados perfeitos, com indicações sobre o modo de cantá-los, sistematizou-os de acordo com as festas do ano litúrgico e codificou tudo emdois livros que prendeu, simbolicamente, em correntes num altar da Igreja de São Pedro, em Roma. Esses livros eram o Antiphonarium e o Cantatorium. Gregório Magno reformou ainda a Schola Cantorum, onde os padres a música religiosa - símbolo uniforme da fé cristã -, que deveria ser levada a todos os lugares do mundo, expressando a palavra de Deus. O repertório é depurado da influência oriental; a melodia é plana e linear - cantus planus (cantochão), que passou a denominar-se cantos gregorianos, em homenagem ao Papa Gregório Magno, a quem é atribuída sua organização, sendo a música oficial da Igreja e das universidades durante mil anos.